A raiva é um sentimento humano que as vezes nos mostra lados desconhecidos de nós mesmos.
Certa vez, chegou um funcionário da Companhia de Energia dizendo que ia cortar minha luz por falta de pagamento. Argumentei que havia pagado e disse-lhe que iria buscar a conta para mostrar-lhe.
E fui. Ao voltar ele disse-me que havia cortado a luz.
Uma fúria assassina me cegou.
Olhei para ele sem ver um ser humano. Na minha frente estava o alvo da fúria.
Se tivesse um revólver naquele momento, teria descarregado-o na cabeça daquele sujeito odioso.
Quando me acalmei, pensei: Meu Deus se o tivesse matado naquele momento de profundo ódio, passaria anos na cadeia por isso.
Atualmente tenho ido ao Presídio Feminino Santana, semanalmente, para passar vídeos sobre "Educação para a Paz" de Prem Rawat na escola do Pavilhão III e na Cela Especial, numa parceria entre a FUNAP e a Associação de Apoio ao Conhecimento e Paz Interior. Depois fazemos uma roda para as expressões, comentários e perguntas das detentas. Prem Rawat desenvolve esse trabalho em muitos presídios em todo o mundo e as estatísticas provam a expressiva diminuição da reincidência entre os presos que participaram desse projeto.
Essas detentas que participam dos encontros, são seres humanos como eu e em alguns casos, pessoas que cometeram algum erro, em algum momento.
Seus depoimentos, depoi de ouvirem a mensagem de Paz e entrarem em contato com seus corações, são cheios de sabedoria e humildade.
É uma experiência motivadora, comovente e cheia de aprendizado.
Posso entende-las perfeitamente.
Não pretendo ter uma arma em casa jamais.
19 de abril de 2012
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