18 de abril de 2012

Outra estória em Nova Délhi

Fascinada pelos objetos, roupas, pinturas no rosto, vermelho entre os olhos, saia de algodão grosso bordado a mão, bolsa bordada com seda colorida.
Fui me transformando numa indiana.
No asharam, na hora do por do sol, tudo alaranjado, os pássaros aos milhares cruzaram o céu.
O Mestre falou a 200mil pessoas. Mil eram estrangeiras.
Os indianos estavam lá, sentados, quase imóveis, as vezes com criança sentada no ombro, também imóvel, desde manhã.
Os estrangeiros separados por uma corda, iam e vinham, sem parar, inquietos, compravam coca-cola, biscoitos, iam ao banheiro.
"Sinta a respiração, conheça-te a ti mesmo. Tudo o que você procura está dentro de você."
Todos absolutamente quietos, maravilhados.
A luz foi passando para o lusco-fusco e depois anoiteceu.
Terminado o satsang, todos começaram a ir embora.
Um mar de pessoas. Vi-me no meio dos indianos, sendo levada pelo mar de gente.
Tentei sair da multidão. Inútil.
Comecei a gritar e a tirar a maquiagem: não sou indiana, sou estrangeira, socorro!
Os seguranças conseguiram me retirar a salvo.
O mar seguia seu rítmo sem se abalar.

Nenhum comentário: