19 de abril de 2012

Centro Laban de Dança e Arte do Movimento do Brasil

O Centro Laban foi fundado por nós, alunas de Maria Duschenes, sendo ela membro fundador e honorário.
Fundado em 1987, reuniu especialistas do movimento, que atuavam e ainda atuam nas áreas de educação, coreografia, terapia e teatro.
Tem como objetivo divulgar e promover a teoria e as reflexões da Laban; formar profissionais deste conhecimento; realizar e promover performances, coreografias, danças corais, espetáculos e aulas públicas; estimular a formação de grupos de estudos, debates e pesquisas, simpósios e encontros; introduzir a Arte do Movimento e a Dança Educativa no curriculum escolar, promover a integração da Arte do Movimento com outras artes; promover o intercâmbio com entidades e pessoas que apliquem o Método e Teoria de Laban no Brasil; junto a entidades internacionais.
Em 1998 assumi a presidência do Centro. Nesse período desenvolvia algumas atividades na sala de meu apartamento. Éramos um grupo de alunos formados em Laban, na maioria por mim, professores de música, artes plásticas, atores e psicólogos. Alguns alunos eram de baixa renda e tinham bolsa de estudo. Desenvolvíamos o conceito da Dança Inclusiva. Tivemos o apoio do Governo do Estado de São Paulo - Departamento de Formação Cultural. Tinha pessoas de diferentes formações, renda, cultura e idade. Tínhamos a dança Laban e a construção de um espetáculo " A Linguagem dos Pássaros " em comum. Os alunos negros enriqueceram nossos estudos da dança e cultura brasileira, trazendo a dança africana, o samba, a culinária, a linguagem e a capoeira para nossa sala de aula. Além das aulas e ensaios nos reuníamos para  troca de experiências, com almoças e bate papos. Fazíamos encontros com acompanhamento de uma psicóloga, que melhorava nosso relacionamento, as vezes difícil, pelas diferenças de experiências e linguagens. Registrávamos tudo com uma câmera de vídeo e máquina fotográfica. O grupo permaneceu junto por dez anos e apresentou o espetáculo "A Linguagem dos Pássaros" em diversos lugares como O teatro da FAAP e no Parque da Água Branca. A experiência de vida e visão da cultura brasileira, para mim e acredito para todo o grupo, foi riquíssima. Aprendemos principalmente a arte da convivência e a ética na relação de grupo. A diversidade das pessoas enriqueceu o nosso vacabulário de movimentos. O Centro está sem sede desde que me separei do meu quarto marido e fui morar com minha mãe, depois da morte de meu querido pai. Não há, no momento, um espaço físico para abrigá-lo. Hoje em dia fazemos ensaios e encontros ao ar livre, em parques e espaços públicos.
" Quando a minha mestra da Arte do Movimento e da Paz me solicitou um texto, sobre as minhas impressões de minha paragem junto ao Centro Laban, de imediato, atiço a memória, e nela encontro, um recorte relevante ao meu progresso criativo, psíquico, ético e pessoal. Vale, portanto, recordar a imensidão neste ambiente cultural.
Em seu aconchegante apartamento na Vila Madalena na cidade de São Paulo - Sede do Centro Laban por muitos anos e com a responsabilidade de professora e artista junto a sua Comunidade, ao seu Estado, ao seu País, a dedicação de Solange Arruda surpreende, pois não é comum numa metrópole, tal postura.
Lá neste lugar de grandes experimentações múltiplas, onde a ordem era respirar arte e embarcar na maior das viagens, a da busca pelo conhecimento.
E no infinito de tantas sensações, o nosso Grupo Laban formado por jovens de todas as etnias, de todas as classes sociais, de todas as habilidades pessoais e de todos os lugares do mundo, encontrávamos apoio total, de nossa mestra Sol Arruda, a sus transmissão primeira baseava-se no sensível.
Admito que fiquei impressionada pela espécie de SABERES que naquele lugar singular, o Centro Laban, se abriam, co as chaves da plenitude. Ouso dizer que ali habitat o "sagrado".
Suely Soarres
Vitória - ES

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