20 de abril de 2012

27th Connecticut College American Dance Festival

1974 - 23 anos.
Uau, Yes! vou para os Estates. Sozinha. Primeira vez que saio do Brasil.
No Colégio da Aplicação da USP, costumávamos dizer: Morte aos americanos imperialistas. Mas agora eu adorava a dança contemporânea americana.
Power and Flower, Nixon, Ho Chi Mim, guerra do vietnãn ( a primeira aser televisionada ), o avanço ativista dos negros, uso da maconha.
Maria Duschenes recomendou: cuidado! Não quiram ser o melhor aluno, não se cansem demais, não adoeçam.
Dança de manhã, de tarde. Cada noite um espetácula diferente, com grupos de todas as partes do mundo e de todas as partes dos EEUU.
Na primeira semana fiquei tão cansada, que depois de uma aula de Martha Graham, adormeci na banheira com a torneira aberta; banheiro e quarto ficaram inundados.
Tinha espetáculos ao ar livre também, como aquele ao redor do lago com 3 dançarinas girando sem parar por 50 minutos ao luar, como os Sufis. O público sentado no gramado.
As salas de dança eram enormes, com paredes de vidro, onde se via os enormes gramados verdes, com muitas árvores e esquilos correndo.
Depois dos espetáculos, os alunos de dança se juntavam aos outros de outros cursos, todos jovens, nas festas com álcool e maconha.
Na manhã seguinte estávamos todos no café, prontos para mais um dia de experiências.
As pessoas foram se juntando aos pares de namorados. Quanta liberdade! No Brasil, nunca tibha visto nada igual.
Uma noite, numa festa, depois de um espetáculo fabuloso, alguém bateu no meu ombro.
Virei-me e vi o dançarino, semideus, que tinha dançado a pouco.
Ele me disse, assim do nada: Você quer dormir comigo?
Fiquei parada, sem nenhuma reação, por um tempo indeterminado. Meu raciocínio sumiu.
Ele me olhou. Pelo jeito eu estava com cara de débil mental. Virou-se e se afastou.
Vi quando ele abordou outra garota de lindos cabelos loiros. Saíram abraçados. Com certeza foram para acama, pensei. da próxima vez, já sei o que fazer. Mas nunca mais aconteceu.
Quando deixei a faculdade, vi vários alunos saindo de perna engessada, com muletas.
Maria Duschenes sempre tinha razão.

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