Quando uma pessoa deseja encontrar Deus, é bom que se faça a seguinte pergunta:
Com qual Deus eu desejo me encontrar?
Sim, porque há dois deuses.
O Deus que eu criei e o Deus que me criou.
O Deus que criei à minha imagem e semelhança é um Deus que por definição é inatingível. Está lá no alto, o tempo todo me observando. Anota cada pequeno erro que faço e um certo dia me julgará. Este é o Deus que inventei, distante de mim.
Para estar com ele, primeiro eu preciso morrer, depois da minha morte, se tiver feito tudo certo na vida, então estarei com ele no paraíso.
E há o Deus que me criou, que criou tudo o que tem vida e a vida em si mesma.
Este Deus está mais do que perto, está dentro de mim e eu posso aprender a sentí-lo.
Este Deus, esta vida, não me julga.
Quando um homem comete um assassinato, ele não pára de respirar, a vida continua co ele da mesma maneira.
Se há um paraíso e ele é tão bom como dizem, então eu quero sentí-lo agora.
Agora é que tenho um corpo dotado de capacidade para sentir, depois, quando estiver enterrado, com o que poderei sentir?
Este Deus que eu criei me ensina a culpa.
Cul´pa por sentir raiva, medo, inveja. Culpa por ser humano, imperfeito e só ser capaz de aprender tentando, atrvés de acertos e erros.
Culpa por eu nunca ser como deveria ser, por ser como sou.
O Deus que me criou me ensina a ser eu mesmo.
Me ama incondicionalmente, porque é Amor.
Faz o por do sol para que eu e você desfrutemos de contemplá-lo.
Comunica-se comigo através do meu coração. Está sempre comigo, nunca me julga, apenas permite que eu seja livre, que eu escolha os meus atos e aceite as consequências deles.
Preciso aprender a ser responsável pelos meus atos.
Preciso aprender a ter compromisso comigo mesmo.
Este mundo me ensina a ter compromisso com tantas pequenas coisas , mas não me ensina a ter compromisso comigo mesmo.
Ter compromisso com esta vida. Ser inteligente, responsável, sensível o bastante para dizer:
A minha vida é importante para mim. O que o meu coração me diz é importante para mim.
Ser capaz de agir a partir do sentir do meu coração.
Perceber que a vida é dinâmica, não é estática.
Não ficar atolado na culpa porque errou, perceber o erro e seguir o caminho, porque cada respiração é nova.
Este é o verdadeiro milagre de Deus: a respiração.
Conhecer este amor que não julga.
Todos nós gostamos de julgar, mas temos medo de sermos julgados.
Este Deus que criei me ensina a viver com medo de ser julgado.
O Deus que me criou por amor me livra de toda a culpa e me ensina a estar agradecido por poder apreciar o milagre de estar vivo.
4 de maio de 2012
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