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sobre :
Dança, Movimento do Corpo, Laban e
Maria Duschenes
Fevereiro de 2008
1-Sobre Improvisação nas aulas de Maria Duschenes
Conceito
Improvisação :segundo Laban, é a criação espontânea de movimentos, baseada num tema.Pode ser individual ou em grupo.
AN- Era a história que, para a dona Maria , cada um era um. Então, por exemplo, ela achava que uma pessoa deveria seguir um caminho e ela ficava alimentando aquilo, ela dava tudo pra pessoa. Por exemplo, no meu caso: ela achou que eu seria bailarina. Então, ela dava tudo de técnica, ela achava que eu não precisava saber teoria. Ela dizia: - “Isso você não precisa.” - ... Ah! Foi legal isso que você falou: que era como se fosse uma aula particular em grupo.
S- É, eu falei que cada aula de Dona Maria, desde a hora em que eu entrava na casa dela, descia aquelas escadarias... eu já sentia uma alteração no meu estado de ânimo. Uma alteração no meu estado de consciência. É como se eu mergulhasse mais fundo. Eu lembro que eu chegava lá no vestiário, era uma preparação pra mim. Descia as escadas, ia para o chão e começava os meus exercícios particulares. E, quando Dona Maria entrava, já estávamos todas lá concentradas, fazendo nossos exercícios. Ela já partia desse começo. Se estava no chão, se estava em pé, ela começava os exercícios.Era uma continuidade e a impressão que dava é que ela estava dando aquela aula só pra você. Ao mesmo tempo, nos improvisos com o grupo, eu sentia que eu continuava comigo mesma, mantinha aquela relação profunda com meu movimento e ia me encontrando com os outros. Então nada me era imposto de fora; sempre vinha uma coisa sensível de dentro para fora.
AN- É, entendi. Eu também sentia que comigo acontecia isso na hora de improvisar. E, eu sentia que quando era a hora de aperfeiçoar o movimento; de repetir nos ensaios... eu sentia falta de me aprofundar no movimento, eu sentia falta de muitos detalhes que eu não via sendo trabalhados. Eu, pessoalmente, precisava mais, mais, ir mais profundo mesmo! Então, eu sentia, por exemplo, assim... um movimento, a coluna muito participante, tipo coxa-femural. Os braços, eu sentia dificuldade, por exemplo, que nunca chegava nos pés, as pontas dos pés, das mãos. Eu sentia que as extremidades do movimento nunca eram muito definidas. Eu precisava mais... de mais reflexão. Por que,quando era eu sozinha era uma coisa, mas, quando era todo mundo junto... eu sentia falta. Sabe, que engraçado, é uma das coisas que eu sentia. Mas, o fato de o movimento nascer e participar e ser da gente, o movimento... bom, isso era tudo, né? Dona Maria ensinava sobre o que era a verdade do movimento, por que como ela fazia você criar o movimento, aí ela fazia você relembrar daquilo que você criou... É importantíssimo passar de novo pelo processo quando você relembrava e já ia adaptando conforme você ia fazendo. Você não precisava ficar mecânico. Você ia... até que, realmente, saísse do seu corpo. Daí ela juntava todo mundo, né? Mas, nessa hora eu sentia que faltava uma coisa de limpeza. Assim, sabe, eu sempre senti na relação de grupo uma certa insegurança.
C- Eu acho que isso é certo, por que ela era meio anciosa para as coisas. Pegava um coisa e chega. Porque as aulas dela eram muito curtas, né? Ela dava aulas bem curtas, e de repente, essa finalização precisaria de concentração.
Se você fazia muito um lado, o outro lado ela não insistia tanto.Ela era muito paciente de outro lado ,por exemplo nos exercícios de técnica, ela analisava o que precisava ser trabalhado, e deixava na responsabilidade de cada um, a elaboração e aperfeiçoamento de seu próprio corpo. Na verdade, ela fazia a gente tomar consciência do que cada um tinha que trabalhar.
S- A aula dela era um espetáculo! Quando acabava, a gente se sentia satisfeita. Eu tinha a sensação de ter feito uma terapia.Era uma satisfação...eu vinha para a aula com muitos conteúdos e,durante a aula, eu tinha tempo de trabalhar os meus conteúdos, junto com o grupo ou separado.Nunca estava sozinha, mas tinha um espaço para trabalhar os meus conteúdos psíquicos.
24 de julho de 2008
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